quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
For all my readers (whoever you might be).
I should apologize for my last post. In fact it was real to me – not wanting to keep this for a while. But the thing is: Christmas is close and it makes me feel like saying some words here. Besides, a new year is coming so it’s time to think about something special.
So I believe 2010 will be a very special year. I can feel it and I hope you guys do the same. I know things haven’t been easy but I smell something in the air, this bright light comes to my nose and makes me feel confident… I invite you all… are you in?
I should apologize for my last post. In fact it was real to me – not wanting to keep this for a while. But the thing is: Christmas is close and it makes me feel like saying some words here. Besides, a new year is coming so it’s time to think about something special.
So I believe 2010 will be a very special year. I can feel it and I hope you guys do the same. I know things haven’t been easy but I smell something in the air, this bright light comes to my nose and makes me feel confident… I invite you all… are you in?
sábado, 12 de dezembro de 2009
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Selva Selva
Poderia imaginar que a imagem de fora da janela é de uma Porto Alegre com os bares cheios da Redenção aproveitando o bafo quente do verão. Mas, não. A decadência aqui é outra. Não é boêmia.
Existe um perigo aqui, um medo, um aviso de que a Selva pode te engolir. Uma novidade densa pro meu olhar de cima do avião. Não há qualquer espaço, qualquer clareira. Tudo exige desbravar. E era pra desbravar?
Parece que o olho de espreita é grosso, como que dizendo, cuidado, que um dia eu vou revidar. E os homens ficam se exercitando numa bravura que só se coloca num machismo de um animal que deve cuidar de suas fêmeas na jaula.
É verdade que há um coreto numa praça, um azul-céu nos muros de um prédio antigo, barulho de crianças dentro de um colégio. Mas não sei se vale a pena. Aliás, não vale. Essa mania de se ocuparem todos os lugares, pode ser às margens do rio Hudson ou Solimões. Pra quê? Uma água insistente em descendência que se escorre pra toda parte, toda fresta por mais que inóspita, minúscula. E a desculpa é a adaptação.
Certo é o koala, que só faz comer as folhinhas de bambu do seu restrito habitat, o que lhe custa somente um tártaro nos dentes e uma pequena inflamação nas gengivas.
Existe um perigo aqui, um medo, um aviso de que a Selva pode te engolir. Uma novidade densa pro meu olhar de cima do avião. Não há qualquer espaço, qualquer clareira. Tudo exige desbravar. E era pra desbravar?
Parece que o olho de espreita é grosso, como que dizendo, cuidado, que um dia eu vou revidar. E os homens ficam se exercitando numa bravura que só se coloca num machismo de um animal que deve cuidar de suas fêmeas na jaula.
É verdade que há um coreto numa praça, um azul-céu nos muros de um prédio antigo, barulho de crianças dentro de um colégio. Mas não sei se vale a pena. Aliás, não vale. Essa mania de se ocuparem todos os lugares, pode ser às margens do rio Hudson ou Solimões. Pra quê? Uma água insistente em descendência que se escorre pra toda parte, toda fresta por mais que inóspita, minúscula. E a desculpa é a adaptação.
Certo é o koala, que só faz comer as folhinhas de bambu do seu restrito habitat, o que lhe custa somente um tártaro nos dentes e uma pequena inflamação nas gengivas.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
domingo, 6 de dezembro de 2009
Hoje você me manda essa foto de Paris, mas não sabe como me custou andar essas ruas com o mesmo tênis.
Tudo se sujava de branco. Nada era vermelho ou verde o suficiente. Carvalhos e pisos molhados e corvos gigantes pelo caminho.
Acordar cedo sozinha sem palavra, como eu faço aqui hoje e ninguém entende. Não sabe o quanto me dói sentir o mesmo cheiro no corredor. O ranger de tábuas sob os pés. Tudo parece uma lamúria só, mas tudo é um fio, uma corda fina que se estende até o finalzinho do poço de onde não se escuta nem um cair de pedra.
Se alguém me visse em 2002, eu perguntaria, sou a mesma pessoa? A menina que não quis chorar na rodoviária... e que, em 05 de outubro, testemunhou sozinha pessoas que comemoravam não-sei-o-quê em Hamburg de madrugada, gritando “I’ve had the time of my life...”
Ninguém nunca vai saber. E por mais que hoje exista aqui um blog, nada vai ser suficiente pra descrever meus banhos agachados na banheira, em silêncio pra não acordar ninguém. Ninguém vai saber se era fome o que eu sentia, se eu pegava os caminhos errados de propósito, quem era Jörgen, Erendira, qual a largura da Leopold Strasse no verão, gosto de baunilha escondido, ninguém vai saber o que pensei/senti sozinha naquele quarto, tentando ler a aventura pelo inverno do Canadá, meus momentos de ir pra cama cedo, de sentir vergonha, de não saber como se dizia vermelho.
Quando peço toda essa presença é pra tentar respeitar o que me prometi: nunca mais vou ficar sozinha... E tudo fica ao contrário. Quem mais quer menos tem.
“can you take it all away?”
Tudo se sujava de branco. Nada era vermelho ou verde o suficiente. Carvalhos e pisos molhados e corvos gigantes pelo caminho.
Acordar cedo sozinha sem palavra, como eu faço aqui hoje e ninguém entende. Não sabe o quanto me dói sentir o mesmo cheiro no corredor. O ranger de tábuas sob os pés. Tudo parece uma lamúria só, mas tudo é um fio, uma corda fina que se estende até o finalzinho do poço de onde não se escuta nem um cair de pedra.
Se alguém me visse em 2002, eu perguntaria, sou a mesma pessoa? A menina que não quis chorar na rodoviária... e que, em 05 de outubro, testemunhou sozinha pessoas que comemoravam não-sei-o-quê em Hamburg de madrugada, gritando “I’ve had the time of my life...”
Ninguém nunca vai saber. E por mais que hoje exista aqui um blog, nada vai ser suficiente pra descrever meus banhos agachados na banheira, em silêncio pra não acordar ninguém. Ninguém vai saber se era fome o que eu sentia, se eu pegava os caminhos errados de propósito, quem era Jörgen, Erendira, qual a largura da Leopold Strasse no verão, gosto de baunilha escondido, ninguém vai saber o que pensei/senti sozinha naquele quarto, tentando ler a aventura pelo inverno do Canadá, meus momentos de ir pra cama cedo, de sentir vergonha, de não saber como se dizia vermelho.
Quando peço toda essa presença é pra tentar respeitar o que me prometi: nunca mais vou ficar sozinha... E tudo fica ao contrário. Quem mais quer menos tem.
“can you take it all away?”
chove como em POA. com uma janela diferente. e o cenário também. chove cinza e inteiro, como num dezembro em Tupaciguara. chove frio pra se atravessar a rua da Ostbahnhof em Munique. chove nas férias de 1987 de pés frios. mas não chove como na antologia de Fernando Pessoa, graças a deus. mas uma de querer se aquecer, como que cheia de barro pra achar sabonete e toalha puída limpinha na casa da tia, ou, chocolate quente na volta da aula.
chove pra nenhuma flanela me esquentar o peito frio de vicky vaporub.
chove por detrás dos meus óculos. lá embaixo, na rua. no sótão.
chove na pedra escorregadia. na roça. em cima do lombo do cavalo. na minha blusinha abotoada. nas minhas mãos paralisadas sobre o guidão da bicicleta.
e chove de olhar pra fora da janela, de procurar uma memória confortável pra me alojar. chove pra se querer estar junto. cabelos na minha cara. cabelos que mostram onde estou deitada. meia nos pés. uma colcha de matelassê quentinha, uma mão segurando a minha na hora do filme.
chove dentro da piscina. no banheiro verde.
chove emprestado, do outro lado do muro na casa da Cecília. chove pro violão tocar. no lodo da cerâmica.
chove aí em você, como chove aqui em mim? se fosse junto... poderíamos nos esconder debaixo da marquise da loja de salgados em 1995, ou dentro da carroça do meu avô, ou, se viesse aquele raio de sol no terceiro bimestre de 1996 ou na garagem do prédio do Passo d'Areia, podíamos nos molhar de roupa e tudo ou de maiô, podíamos, sem medo de água, porque saberíamos que, dentro da piscina, fica tudo quentinho e que, lá de fora, estão nos esperando o banho no banheiro verde, o chocolate, a colcha de matelassê, a flanela...
blessing...
chove pra nenhuma flanela me esquentar o peito frio de vicky vaporub.
chove por detrás dos meus óculos. lá embaixo, na rua. no sótão.
chove na pedra escorregadia. na roça. em cima do lombo do cavalo. na minha blusinha abotoada. nas minhas mãos paralisadas sobre o guidão da bicicleta.
e chove de olhar pra fora da janela, de procurar uma memória confortável pra me alojar. chove pra se querer estar junto. cabelos na minha cara. cabelos que mostram onde estou deitada. meia nos pés. uma colcha de matelassê quentinha, uma mão segurando a minha na hora do filme.
chove dentro da piscina. no banheiro verde.
chove emprestado, do outro lado do muro na casa da Cecília. chove pro violão tocar. no lodo da cerâmica.
chove aí em você, como chove aqui em mim? se fosse junto... poderíamos nos esconder debaixo da marquise da loja de salgados em 1995, ou dentro da carroça do meu avô, ou, se viesse aquele raio de sol no terceiro bimestre de 1996 ou na garagem do prédio do Passo d'Areia, podíamos nos molhar de roupa e tudo ou de maiô, podíamos, sem medo de água, porque saberíamos que, dentro da piscina, fica tudo quentinho e que, lá de fora, estão nos esperando o banho no banheiro verde, o chocolate, a colcha de matelassê, a flanela...
blessing...
ontem, fui assistir ao Julie e Julia (ou vice e versa). pensei que fosse um filme sobre chefs de cozinha, essas coisas. não é de todo mal, não, é legalzinho, mas, no fim das contas, é sobre uma menina que escreve um blog, que depois virou livro e que depois virou o filme (o mesmo que eu assisti). aí, eu penso, primeiro, é o tipo de coisa que só existe nos EUA... já viu isso acontecer por aqui? segundo, será que o meu blog vai virar qualquer coisa? acho difícil...
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
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