Hoje não tô de quarta-feira, nem de segunda ou terça. Tô de domingo querendo ser sábado. Tô de nublado, de pouca água e muito espirro de manhã na biblioteca com uma econômica fresta de sol.
Tô de esperar a gelatina endurecer – mas não endurece.
Na cozinha, há o relógio, que marca as horas à tarde. De manhã, nunca estou lá pra ver. De manhã, a casa não existe. À tarde, se saio mais cedo, há apenas eu na casa e posso entrar devagarinho. O coqueiro, do lado esquerdo, o piso que alguém encerou, o cheiro de cozinha que não chega a ser o de almoços que vão se acumulando, mas é um cheiro de casa, de ventre, de ser e se acomodar.
Grafite. Grafite é a cor e o gosto e o cheiro do portão.
“Cai a tarde, cai a tarde, cai a tarde...”
3 comentários:
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obrigada... valeu...
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