terça-feira, 28 de dezembro de 2010

eyes wide shut

Os olhos não vêem o que as luzes não mostram. O que as luzes fantasiam? As luzes das árvores de natal mudam de cor.
Os olhos querem ver e querem ser vistos.
São a janela da alma? Olhos são luz. E, à noite, numa cidade-neon, o que se vê no escuro?
Os que os olhos não vêem, sonham...

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Blade runner blues. Nave espacial. Final de ano e o meu olhar capta alguém se encolhendo da chuva debaixo da ponte.


E que cor terá o céu de 2011?

Que cheiro, além desse sabor de tangerina que me veio agora à boca?

2010 foi a dor e a delícia e a mútua convivência de ambas. Sei quem sou e convivo comigo assim. Gosto de mim, mas o problema nem é esse. Gosto também de outras pessoas. Amo. E, de vez em quando, ao invés de ser só essa pluminha persistente, o barulho de um plástico batendo durante toda a viagem, ele explode, o meu amor, e sangra em intensa hemorragia, quente, colorindo o braço, o joelho e todas as minhas memórias que saem de um minúsculo buraquinho de vulcão. Pode ser alguém que passou com um cheiro, a noite num posto de gasolina, um cabelo de alguém numa fila...

De todo modo, quero mesmo agradecer por 2010. Quero agradecer (e agora, o gosto é de jambo...) por me deixar vir à tona, por me deixar um pouco de quotidiano que, no fim das contas, luto pra ter, em meio a tanta maré e enjôo.

Contas a pagar, poupança, contas pagas, dinheiro na poupança, toda a luta pela manutenção, como diria Tunai. E não é isso? Queremos arte – e eu a quero, sobretudo –, mas, e se o quotidiano vira arte? E a arte de tornar quotidiano arte? Vou lutando pra assim conceber. E não é fácil, às vezes, nem o conceito de pássaros parece desafogar o entorno. Penso, numa fila do fórum, uma colega do lado com perfume forte (“tenha paciência para aguardar o troco do Xerox”), será que decepcionei meus pais? Será que dão um sorriso amarelo quando alguém pergunta: e a Maíra, o que anda fazendo? E quando vejo alguém dedilhando um violão, quando alguém, batendo o atabaque, fecha os olhos em direção ao céu, quando tudo me arrepia, sei o que é, sei que alguma coisa pulsa e não é por causa de filas, nem roupas apertadas que te fazem suar as axilas... Ai, ai... Que vontade de me dedicar a um ócio que penso merecer... Uma fogueira, uma rede, um mar na Grécia, o som de cachoeira... Cachorros em roda, filhos, talvez, água e piscina e coqueiros, um amor do lado (ou será que só e ainda na minha cabeça?)... Chuva, nuvem e céu, tudo a seu tempo e eu com a dita sabedoria de esperar sem esperar...

Frutas, derramem todo esse mel e suco goela abaixo. Sei que nada de pior poderá acontecer, já tive o meu momento e nem que seja pra subir em cima de um toco, saberei o que é superar e sei que passou...

Só não passa o amor de amora madura se derretendo no coração.

Vem, 2011! Vem, que quero ver que cara você tem!!!

domingo, 12 de dezembro de 2010

do you want to be?

ter, no mínimo, uma visão de terceiro mundo faz toda a diferença...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

domingo, 5 de dezembro de 2010

it's raining again...
Love Is Stronger Than Pride

Sade

I won't pretend that i intend to stop living
i won't pretend i'm good at forgiving
but i can't hate you
although i have tried
mmmm
i still really really love you
love is stronger than pride
i still really really love you
mmmm
i won't pretend that i intend to stop living
i won't pretend i'm good at forgiving
but i can't hate you
although i have tried
mmmm
i still really really love you
love is stronger than pride
i still really really love you
mm mm mm mm mm
sitting here wasting my time
would be like
waiting for the sun to rise
it's all too clear things come and go
sitting here waiting for you
would be like waiting for winter
it's gonna be cold
there may even
be snow
i still really really love you
love is stronger than pride
i still really really love you
love is stronger
i still really love you
love is stronger than pride

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

picture yourself as a new yorker´s editor or writer, or anything...
drinking up your coffee, staying up late, going for deadlines...
sweet tough life...