quarta-feira, 27 de abril de 2011

Hoje não tô de quarta-feira, nem de segunda ou terça. Tô de domingo querendo ser sábado. Tô de nublado, de pouca água e muito espirro de manhã na biblioteca com uma econômica fresta de sol.
Tô de esperar a gelatina endurecer – mas não endurece.
Na cozinha, há o relógio, que marca as horas à tarde. De manhã, nunca estou lá pra ver. De manhã, a casa não existe. À tarde, se saio mais cedo, há apenas eu na casa e posso entrar devagarinho. O coqueiro, do lado esquerdo, o piso que alguém encerou, o cheiro de cozinha que não chega a ser o de almoços que vão se acumulando, mas é um cheiro de casa, de ventre, de ser e se acomodar.
Grafite. Grafite é a cor e o gosto e o cheiro do portão.
“Cai a tarde, cai a tarde, cai a tarde...”
E a professora pergunta sobre arte na aula de francês, em francês. Difícil de responder - em qualquer língua? Mas, sabe, tem coisa que não foi feita pra se falar sobre, não é?
A colega, que é mais do que não sei, sem sutiã, chinela havaiana preto com branco, olhar perdido e tatuagem do Egon Schiele no braço direito, arriscou - ela fala bem pro nível da classe -, eu também me arrisco na verdade...
E quero dizer somente que nem sempre a arte quer dizer alguma coisa - e isso já quer dizer muita coisa...
Adriana Calcanhotto é meio anos 90, não é? Anos 90 quando anos 90 era uma coisa contemporânea. Casas pintadas de amarelo-ovo... Eram amarelos os anos 90?

terça-feira, 19 de abril de 2011

wise

Como diria Tom Zé: vá pa porra!!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Jesus? God?
Onde foi que eu errei? Quando foi que joguei pedra na cruz, bosta na Geny? Meu deus... o que fiz de errado? Quando foi, ninguém me disse, pra eu poder tentar consertar e acertar no passo seguinte...
Todos estão juntos. Eu não, eu estou só, há muito tempo, há trinta anos.
Olhar pro céu, pro teto, pra lua e tentar imaginar que existe uma comunicação além dos fatos... sonhos, espectros, mãos, mãos... Chega, gente, chega! Tem dó de mim, gente... anjinhos com carinhas safadas ou não, me protejam... Vocativos pro alto, vocativos pro vale de grama, pra neve na montanha...
Fico só, sou só, mas não fico sozinha sem a dor... Uma coisa que insiste, na costela, que desce pelo pescoço e chega numa fita atrás das costas, ignoro, ando de bicicleta, danço na sala com o cachorro, mas sei que uma hora ela vira algo que me prende na cama - dias e mais dias de bolsa quente e fisioterapia...
Rebobina a fita, volta tudo, deixa eu me ver num sofá, deixa eu me ver, deixa eu ver que rosto eu tinha quando era inocente, quando dirty dancing era só um filme que passava na sessão da tarde...
Queria poder correr atrás de mim, me socorrer, me segurar no corredor antes do chapisco virar uma cicatriz, antes que a menstruação me sujasse inteira... Onde foi, quando foi, como foi?

quarta-feira, 13 de abril de 2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O Nino é rebelde... deve ser a adolescência, despontando nos pêlos da barriga e nos dentes que vieram no lugar dos de leite...
Escorpiano... esse povo de água ao meu redor acaba comigo!!