segunda-feira, 30 de novembro de 2009

para rafaella, sem permisso - comentário ao comentário

entre uma coisa e outra, de um lado, de um segundo, meu estômago gela, no outro, meio segundo do outro, quero chorar de felicidade, como que apaixonada por tudo, como quem ouve uma música no carro e chora por um 1994 que ficou pra trás, hoje, esse fim de astro saindo do fim de outro astro, hoje, tudo balança mais do que pranchinha de isopor na banheira... te encontrar resolveria? te abraçar sentindo seus cheiros, que pode ser de um cabelo que foi lavado anteontem? fosse ser e saber que não estou só nisso tudo? que poderia chegar no carro e achar um bilhetinho seu pra ser lido em casa? fosse brindar de taça a cerveja dentro e o próprio fato de estarmos bebendo? queria te ver, ver só pra saber o que eu já sei, seus dedos, seus cotovelos secos, sua risada que fecha ainda mais seus olhos? ainda hoje estou comemorando-doendo esse seu aniversário... (voilá mon coeur...)
Pronto. Aconteceu de novo. E nem é “sentimentos num caçador de andróides”, mas esse vidro grosso que congela e convida. Essa coisa que me envolve numas tardes e que me faz imaginar guarda-chuvas dançantes por entre esses processos (ou autos, melhor dizendo). Mas aí, meu confinamento de doer e gelar o estômago e querer saber menos e se entregar mais, começar a falar as palavras da boca pra fora. Fica essa coisa de querer dizer, mesmo que por escrito... Fica essa coisa, esse ranço de chocolate que vai azedando na boca, se você não favorecer o que seja repetir os doces translúcidos, que seja, vai ficando só o amargo...
Me vem de dentro. E ensaiar em casa um abraço não resolve. Não resolve pedir de noite. Chega aqui, abrem-se as cortinas e o ato se repete, mas nunca chega aquela melhor parte, aquela em que a gente espera o beijo, apertando a mão no braço da cadeira. Cada dia, tudo se repete, porque faltou alguma coisa, porque a entonação não está correta e aí, nunca estou pronta. Nunca me acham pronta o suficiente.
E vou só treinando, repetindo, decorando minhas falas no carro. Mas nunca chega a parte em que entro. Nunca viro protagonista, como me prometem. Fingem que eu tenho só 17 anos. Lições e lições e medo e vingança por alguns segundos e minha face se ruboriza.
Todas as pessoas da minha vida, queiram que eu esteja pronta...

sábado, 28 de novembro de 2009

hoje, raios de sol por entre as nuvens, entardecer ao meu redor, sem camisa, sentindo o ar, sentindo o vento, tudo era bom. crianças jogando capoeira, árvores, pau-ferro, vida de cidade.
pensei em ouvir música, mas deixei os ouvidos nus pra todos aqueles sons, fossem de pássaro, de criança, de vento nas árvores.
sensação gostosa... setting myself free...

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

para Luana

"I should have known better
to lie to one as beautiful as you
and I should have known better
to take a chance on ever
loosing you
but I thought you´d understand
can you forgive me?"

para Raoni

"if I ask you ´is it all right´
if I ask you to hold me tight
in a cold dark night
maybe it would be just fine
(...)
cause I can´t wait to see you again
ooh, baby I love your love..."

para Branca

"how I wish
how I wish you were here
we´re just two lost souls
swimming in a fish bowl
year after year
running over the same old ground
have we found
the same old fear
wish you were here..."

para Lucas

"if I had the choice
I´d never let you go
do you know
do you really want to know?"

para Bento

"I didn´t mean to hurt you
I´m sorry that
I made you
I didn´t mean to hurt you
I´m just a jealous guy.."

para Kássia

"saio da cama, entro em coma
mais pra zona que pra zen
até parece que foi ontem
saudade do futuro eu juro
longe daqui
aqui mesmo meu bem..."

Para tia Sônia

"I don´t wanna
talk about it
how you broke my heart
if I stayed just a little bit longer
if I stayed would you listen
to my
heart..."

domingo, 22 de novembro de 2009

Chrissie Hynde ainda desliza sua voz de mulher, tornando fumaça minha imitação com pouca luz. Tanta coisa pra se querer ser. Sei bem quem eu admiro... E ela... com 20, 30, 40... It doesn't matter... she's splended...
talvez fosse o caso de dizer, postar aqui alguma coisa mais felizinha, como que pra fazer crer que não tenho só momentos que podem ser interpretados como downs ou tristes. mas tudo isso, na verdade, se justifica no escrever. existe um alcance que só me chega em imagens secas ou molhadas de pedras portuguesas, mundos, esquinas que invento e que junto com o que conheço (conheço?). isso é o tal do processo. é assim mesmo, e, na verdade, nem é assim, porque é muito mais, mas que não se pode explicar, tipo, explicar a piada.
pobre do fernando pessoa se fosse só escrever sobre suas felicidades. almodóvar junta tudo numa coisa só. e a gente vai cavando um estilo (pretensioso isso aqui.. hehe).
além do mais, quando se está feliz, é muita ocupação pra gastar com cervejas, música alta, abraços, e não, teclas de um teclado, não é mesmo?

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O menino que corre de motocicleta pelas ruas. Sem carteira. É adolescente. É o suficiente pra saber que busca coisas. Os cabelos moldados ao vento. Poderia ser em qualquer época, em qualquer rua. Em Quebec ou no Jardim América. E eu suo as mãos em vê-lo saber disso. Rasgo a garganta ao vento como ele. Amo Peter Pan, amo intransigente e intransitivamente. Faço do ar um soco.
Andrógeno. Perfeito. Pálido como David Bowie. Seus dentes querem me cravar o pescoço. E eu quero e deixo no meu sonho que não tem sexo. Como num corredor escuro de Caio Fernando Abreu. Asas e braços.
O solo enche toda a sala alcoólica.
Pigeon.
O dia entardece devagar. É devagar, num dia em que a tarde quer se esticar de espreita. A vontade não é de novela e nem desse último cigarro que teima como uma prolongação insistente de nos manter num frame que é nosso.
E todos os momentos que querem se prolongar no tempo por culpa própria.
Só não sei o que fazer agora com essas estrelas chegando sem olhar pro céu...
Olhar praqueles olhos inocentes posando pra foto era uma desculpa pra chorar, porque sabia que iria. Perguntei pra eles: você já está no céu?
Não há nada limpo nesta casa, nem minha intenção. Lençóis com o propósito de me jogar um asco na cara. E aí, começa de novo o boicote.
O teto que já visitei tantas vezes. Essa chave rodando na fechadura. A passagem pra um momento que se sedimenta: eu e eu aqui neste lugar.
Ruim é imaginar o quentinho das outras pessoas, que chegam em casa confortáveis. Inevitável essa sensação que mistura uma inveja (que também dá nojo) com não-sei-o-quê. Ainda mais nesses dias de chuva.
Fosse quinta-feira, fosse 1996, dia de prova bimestral na escola. Haveria onde e pra quem chegar. Cheiro de feijão cozinhando que imagino. Hora de fazer tarefa.
Queria ser acolhida num matelassê infinito, na própria metalinguagem. Envolvida. “Wraped around your finger...”. Por enquanto (ou pra sempre?), vai esta toalha felpuda mesmo...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

terça-feira, 10 de novembro de 2009

tiny things 5


tiny? hehe

tiny things 4

menino, filme bom que passou ontem, cês viram? até agora não se eram de bruxos, vampiros ou super-heróis. mas o casting era ótimo... quase uma propaganda de under (wonder, kkk) wear da dolce & gabbana...
ai, ai... heheh

tiny things 3

descobri que ainda amo o humberto gessinger. sim, de cabelos em cima do piano. tudo que a gente queria...

tiny things 2

me dei o direito de comprar (e comer) sucrilhos. do tigrão, muito caro. vai o da promoção mesmo. já comi duas cumbucas tentando achar aquele sabor. o da promoção não tem o mesmo gosto, ou eu é que não tenho?

tiny things

na espera do giraffas. fast food que não é fast, nem food. me irrita, como quase tudo naquela hora, um menino com cabelo que ninguém mais usa desde os anos setenta, tipo o ricardo da farinha láctea - o irmão gordinho do lado (também me irritando...). de repente o moleque de, no máximo uns sete anos, começa a fazer o moonwalking... e muito bem...
desculpei o moleque, ok, ok... keep going kid!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

completar

Rachel
Frank
Molly
Sam
Edward
Vivian
Johnny
Baby
De repente o dia se coloriu de uma maneira que pensei fosse impossível. O casal de meia idade se beijava de língua na hora do almoço. Delicadezas all around. E Brasília rompeu mais uma vez, rasgando céus, mostrando a que veio.
Preciso entender que Brasília quer ser minha de uma vez.
E eu já sou sua há muito tempo.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Everyone is capable to love...
Um dia de ventinho de chuva querendo me arrepiar os mamilos, um pouco não suficiente para colocar camisa. De manhã, cachoeira tinha sido. Água muito mais fria. Agora, a pouca roupa e a ocasião e o sonho e a imagem me convidavam pra ficar debaixo da chuva. De terra, barro nas pernas.
Imaginei violão. Música do Incubus. Pulei, fiquei pulando. A cerveja enchia de água.
Era bonito. Plantas ao verde. Samambaias se balançavam. Cheiro. Cinza. Você me abraçava, era quentinho. Ou era minha imaginação? Você, por detrás das montanhas, naquele momento em que chove nos carnavais?
“open arms...”