segunda-feira, 22 de novembro de 2010

por que não amoleço seu coração, como peça de fígado - essa esponja de sangue?
Chuva, chuva, chuva... para todos os lugares... às vezes, olho um vulto na janela,
Acho que é Genalva a me espreitar...
Sei que ela nunca vai me deixar,
Em qualquer momento, vai sobrar um rastro, um borrão de gordura no vidro
Uma sombra dela a me olhar
A saber o que verdadeiramente eu sinto por dentro...
O meu problema é que estou entre a arte e a burocracia

Entre o devaneio e a folha de ponto
E fico de lá e de cá até cansar
Cansada como estou agora
Recitando, dentro de mim, dores-de-cotovelo-de-Maria-Betânia
Chove
As nuvens, de novo, rimam
Com a música que passa no radio
Falta arte e sobra tanto suspiro
Sei que me prejulgo
Mas essa risada no corredor é a minha própria companhia
E não posso perder a companhia de mim mesma

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Por você vou roubar os anéis de Saturno...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Iramar... tem 29 anos que você tomou o lugar e o peito...
29 anos que deixei de ser filha única, mesmo antes de aprender a ser...
ficou com meu berço, meu penduricalho de libélula - consoante proparoxítona... e já veio como irmão, menino que chora na fotografia, deixando todo mundo ser.
debaixo do cavalo ou da árvore, você aponta o dedo... tanto o que mostrar... eu sempre te ensinei tudo, na cara-de-pau... vísceras num dicionário ilustrado de inglês, banho de verniz.
mas seus desenhos sempre foram mais bonitos. você inventava todos os desenhos. você era quem conseguia inventar...

(parece que não acabou aqui... mas nunca vai acabar...)
Home sweet home... mit meiner Mutter bei mir zu Hause...
Será que amanhã teremos carne de porco?

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O que Mocinha sente é falta do seu amor. Aquele só dela, do coração, aquele que não sara, como ferida ruim de curar. Sente falta do seu santo e culpa por tê-lo matado de verdade, para reacender o amor morto, pois o amor, de carne e osso, ela não conseguiu amar.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Cloud nine num dia de muitas nuvens no céu...
Se for nostalgia demais, me perdoe, mas é assim mesmo... descalça aqui, lembrando de quando a gente ia ajudar meu pai a arrumar a biblioteca.
E essas memórias passam a ser as mais importantes, como o Raoni ter atribuído ao fato de gostar de vender pneu velho com meu pai... Go figure... But I do.
A guitarra desliza e era 1988, não era? E era importante, ali, no intuito de ajudar, montar as caixas de papelão que serviam de arquivo. E aí, encontravam-se relíquias também, bem explicadas e situadas, como o desenho de um monstro dirigindo um carro de corrida, revistas em preto e branco de fotografia italiana. E gavetas e cheiros de gaveta, onde havia uma caixinha com preciosidades, notas antigas de dinheiro, uma caneta dourada, um escaravelho.
Tudo isso e só isso.