quarta-feira, 27 de maio de 2009

eu fico feliz. fico tão feliz. não quero perder o fio da minha felicidade. mas tem um bicho que chama ansiedade - predisposição de se colocar numa situação futura ainda não existente -, que dissolve que nem sonrisal a minha vontade de me ter sorrindo em frente ao espelho.
não existe o presente. não existe só o presente, chinês!
vou voltar lá pra oca, onde se chora quando se tem que chorar e onde se pode quebrar pratos, quando não há muito o que fazer.
me vejo criminosa em uns flashes de memória, numas imagens. e não tenho medo de pena nenhuma (a não ser daquelas outras). EU PAGO O PREÇO. eu pago. só me dizerem quanto.
tenho planejado um naufrágio. pertenço - intransitiva. pertenço. ponto.
e agora eu queria olhar no espelho dos olhos dos meus amigos e perguntar, queria ver, queria ver se sou a mesma, se voltei pendurada na corrente. me digam aí.
me vejo criança. me vejo pronta. me vejo artista. estou pronta. quem está?
O que me eleva é o que me destrói.

Menos consciência, mais ignorância.

terça-feira, 26 de maio de 2009

totalmente anestesiada por caio fernando abreu.
peixes. escorpião. câncer.
o caminho das águas não é só dele. posso garantir.
agora, imersa em névoa, tudo mais molhado do que pele de sapo.
as matas que me convidavam, verdes para filtro de sol e raios, ontem, hoje, parecem engolir, e não metaforicamente. barulho de galho, como escovas de noite, de madrugada. medo do cheiro de mofo - até onde/como permitir a entrada de algo escuso pra dentro de vias aéreas, para todas as vias? segurei minha própria mão de noite, de anelzinho, como se fosse outra, buscando outra que estivesse em temperatura que me esquentasse.
por enquanto, ainda presa aqui, sem querer pensar nisso, como o horóscopo disse hoje.
levei a sério quando ela disse 'to te esperando aqui'. the only thing i could think about is getting home safely.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

felicidade é fundamental.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Não escuto mais Coldplay. Já não escutava muito, mas, agora, acabou, vorbei, over!!!
O plágio do Sartriani (é assim que se escreve?) é descarado. Pude comprovar!!!
Sem vergonhas!!!!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Hoje é aniversário da Torre Eiffel. 120 anos.

Luzes. Ar. Imaginação. Deitar na grama. Poder deitar na grama e nunca estar só.
O vento zune na orelha. O frio corta mesmo no verão. Mas nada machuca de verdade, nada dói. Nem quando, já na onipresença da imagem, os pés e o corpo tentam descansar no quarto antigo do hotel. “A torre...”

quarta-feira, 13 de maio de 2009

eu queria falar uma coisa aqui. talvez, uma coisa meio óbvia. eu quero falar!
eu quero falar que adoro meu nome. "hummmm...". não precisa fazer essa cara, esse grunhido de reprovação. deixa eu falar.
selva. savage. wild. tudo isso eu gosto. sou uma mata inteira. verde escuro por dentro. casca de árvore pra passar a mão. selva está dentro e fora. e me faz colocar as garras, me faz querer mostrar os dentes de vez em quando, e morder, morder quando quero.
minha civilidade me faz querer ser selvagem a todo tempo.

selva, selva, selva! selva!
pode achar ruim se quiser...
eu queria um colo gigante. gigante, não, macio. maciinho. que me acarinhasse os cabelos e me fizesse dormir a noite inteira...

terça-feira, 12 de maio de 2009




Lá Vou Eu - Rita Lee e Luiz Sérgio


Num apartamento perdido na cidade,
alguém está tentando acreditar
que as coisas vão melhorar ultimamente.
A gente não consegue
ficar indiferente debaixo desse céu
No meu apartamento
você não sabe o quanto voei,
o quanto me aproximei de lá da Terra
Num apartamento perdido na cidade,
alguém está tentando acreditar
que as coisas vão melhorar ultimamente.
No meu apartamento
você não sabe quanto voei,
o quanto me aproximei de lá da Terra.
As luzes da cidade não chegam as estrelas sem antes me buscar.
Na medida do impossível tá dando pra se viver.
Na cidade de São Paulo, o amor é imprevisível
como você e eu e o céu.
Num apartamento perdido na cidade
alguém está tentando acreditar
que as coisas vão melhorar ultimamente
A gente não consegue
ficar indiferente debaixo desse céu.
No meu apartamento
você não sabe o quanto voei
o quanto me aproximei de lá da Terra, não.
As luzes da cidade não chegam as estrelas sem antes me buscar.
Na medida do impossível tá dando pra se viver
Na cidade de São Paulo, o amor é imprevisível
como você e eu e o céu.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

O meu buraco. O meu escuro começa na fresta de sol que vinha de manhã em cima da colcha de matelassê no quarto da minha mãe, bagunçando partículas no ar e esquentando as perninhas no último estágio do acordar. Na outra ponta, está o guarda-roupa bagunçado da minha avó com cheiro de guarda-roupa da minha avó com tesouras, calculadoras, surpresas, caminhos sempre escondidos. E você vai passando pelo meu uniforminho novo do Elefantinho e pela escultura de cerâmica no aparador antigo, tem também as formas no vidro da janela e as estrelas fluorescentes no teto. Meu buraco se aporta no pé de mexerica e no dia em que meu pai virou a mesa de cabeça pra baixo e fez uma piscina com lona amarela. Afunila em fórmica e texturas e cheiros de talco banho a banho e gostos de papel com sorvete napolitano. Dobrando a esquina, assim, ele contorna de tampinhas de guaraná e anelzinho no dedinho do meio e engole, te engole todo dia, sem você deixar, sem você ver, sem você permitir, te invade de noite, na cama, no banho, no silêncio do silêncio, entra por dentro, não há árvore, ramo, câmara de ar pra te salvar.
Você quer se salvar?

quinta-feira, 7 de maio de 2009

hoje realizei um grande sonho da minha vida. comer papinha da nestle. dessas que vem em potinhos de vidro.
mandioquinha com carne e legumes. huummm..., que delícia, adorei, pra ser sincera (e, sendo mais sincera ainda, devo dizer que coloquei uma pitadinha de sal...).
acho que o conforto que eu senti me transpôs mais do que ilicitudes...
melhor que isso só se tivesse uma mão de trás da colher, me alimentando na boca..., ai, ai...
you don't get it. you just don't get it.
if you did it..., oh, if you did it...
I´m gonna rise up my hands and feel like a goddess above the city. I´m gonna fly through the buildings in black and white. Protecting the view, protecting all ordinary people have inside.
Sunrise.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Você deixou cair a touca no chão. Eu não percebi na hora. Demorou alguns segundos. Corri e peguei. Seus traços me pareceram familiar em meio a tantos olhos puxados. Tanta gente trançando na Grand Central Station. Tinha chovido. O que, ao invés de piorar, deu uma ligeira aliviada no frio. Mesmo assim, minhas bochechas rosadas ficaram mais coradas pela corrida. E te alcancei perto já da porta do trem. “You´ve just dropped this”. “Oh, my God, thank you... thanks”. Uma ligeira escorregada no accent. “Sorry, are you leaving now?”. “No, no… just checking out the trains…”. “Ok, that´s it… hum…, ok, bye…”. “Wait, let me just buy you a cup of coffee, the least I can do…”. “Ok, ok, but I don´t mean to bother you…, sorry, but where are you from, you´re not…”. “Brazili…”. “Sabia!”. “Você também?!”.
We ended up on 5th Avenue drinking a couple of beers – coffee?, just an excuse. Perguntei o que fazia ali: “NYU…”. Hum…, fair enough… A conversa transitou suave como um floco que cai e foi de últimas fofocas das novelas até gosto de rapadura e pipoca doce cor-de-rosa, passando pelas famílias, teorias sociais, humanitarian laws, frio, coincidências, horas, horas adentro, quentinhas dentro do Dinner...
Amanhã eu visitaria o Central Park, alone, como a condição permite. O riso naquela noite me apontava para um outro lado. Admirava seu sorriso por detrás do copo. E me via já por entre as árvores do parque, e você, de vez em quando, reclamando dos cavalos e de suas conseqüências, e lamentando que, no outono, é muito mais bonito. Minha viagem se lançava de um modo, que quase perdi o fio da sua conversa tão gostosa, se escapulindo por entre seus dentes, se empolgando em se reconhecer em mim.
Amanhã, Central Park... “Deal!”.

terça-feira, 5 de maio de 2009

quarta-feira, chorei. muita coisa acontecia. sinead o'connor doía e, pra piorar, uma das coisas mais bonitas que considero ter escrito simplesmente desapareceu, o que me fez eclodir em lágrimas. lágrimas.
escrevia a todas pessoas que eu amo.
será que havia algum sentido metafísico para que aquilo não fosse postado?
não sei..., talvez, romanticamente, exacerbar sentimentos doídos, mesmo que bonitos (sempre são?), não fosse certo...