sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Soft 2

Eu sabia que isto ia acontecer: a moda 80 voltou. Aliás, moda é um assunto que me atrai, apesar do meu visual não ser tão antenado, mas acho legal como as tendências refletem, ou tentam refletir, um período, uma mudança no jeito de ser etc., etc. Acontece que, nos anos 80, a mulher já estava inserida no mercado de trabalho, a luta pela liberalização do sexo, anticoncepcional, o escambau, já tinha passado, a mulher tinha conquistado uma certa segurança diante do seu posicionamento, isso quer dizer que não precisava ficar vestida de mocinha o tempo todo ou de hiponga, porra-louca. Assim, o importante era ter conforto, então as roupas largas, malhas, moletons entraram com tudo, as silhuetas nem sempre se sobressaíam, então, a sensualidade vinha através de outros apelos: ombros de fora, os bicos dos seios marcando a camiseta surrada...
Nessa mesma onda, reinaram os looks masculinos, maravilhosos, com batons bem vermelhos e unhas da mesma cor, pontiagudas de mulher perigosa, para quebrar um pouco do preto e do branco, que predominavam. Acho isso bem legal, porque refletia essa segurança na sexualidade feminina, que não precisava parecer obviamente mulherzinha-barbie-cor-de-rosa. Era legal provocar, ser agressiva, poder ter o controle, a mulher não precisava ficar pronta pra ser seduzida sempre, ela podia também seduzir. Sei que tá parecendo texto de revista Claudia, mas gosto de ficar observando essas coisas.
Sempre interpreto os anos 70 como uma busca pela Arcádia, acho que são muito bem definidos por aquela música: "eu quero uma casa no campo..." Já nos anos 80, tudo era muito urbano. Era super in morar num loft, numa metrópole, andar de Caloi 10, praticar esportes, ou, sei lá, ser yuppie, trabalhar engravatado e ir a vernissages à noite, com camisas abotoadas até o último botão. Ninguém ia a academias nos anos 70. Nos anos 80, nem todo mundo ia a academias para fazer musculação (que era praticamente sinônimo de alterofilismo), mas as pessoas faziam ginástica (nem sei bem o que podia ser isso), jazz (na onda Flash Dance)... As roupas passaram a ter um viés esportivo muito forte, como os moletons (que já mencionei) cinzas super básicos, e também as cores fortes, inclusive para os homens, e materiais mais modernos e com tecnologia, como a lycra e o nylon, além de faixas na cabeça e punhos de jogar tênis.
É ou não é?

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Me deu vontade...




Blade Runner Waltz - Paulo Leminski

Em mil novecentos e oitenta e sempre,
ah, que tempos aqueles, dançamos ao luar, ao som da valsa
A Perfeição do Amor Através da Dor e da Renúncia, nome, confesso, um pouco longo,mas os tempos, aquele tempo,
ah, não se faz mais tempo como antigamente
Aquilo sim é que eram horas, dias enormes, semanas anos, minutosmilênios,e toda aquela fortuna em tempo
a gente gastava em bobagens, amar, sonhar, dançar ao som da valsa,
aquelas falsas valsas de tão imenso nome lento
que a gente dançava em algum setembro
daqueles mil novecentos e oitenta e sempre
Hoje, sonhei com meu irmão, Ita. Foi tão real sua presença.

The Pretenders



Eu nem sei o que digo. Tenho me sentido como uma adolescente descobrindo coisas - aquelas que estão especialmente a meio palmo do nariz. É lógico que já conhecia Pretenders. Lembrava de alguns hits mais conhecidos, já tinha até o clipe do Don´t get me wrong gravado. Meu chefe me emprestou três dvds e eu estou completamente stoned! Chrissie Hynde não é só uma cantora, ou guitarrista ou mulher, ela é um ícone, uma representação dela própria, com seu style, totalmente cool. Uma Rita Lee universal, dançando muito suavemente com seus cotovelos, singing the blues. Aí, quando você acha que tudo (que ainda é muito pouco) que você descobriu já te deixa completamente extasiada, você fica sabendo que ela já morou no Brasil (há pouco tempo, em 2004), que adora São Paulo e que até tem um apartamento no Edifício Copam, pode uma coisa dessas?

Ver e imaginar Chrissie Hynde me dá cada vez mais vontade de ser menos ordinary...

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Não consigo tolerar a intolerância!

Meu lado mulher é gay


Segundo o André, meu mordomo, se eu fosse homem, seria travesti. Ai. Isso não é maldade. De fato, meu gosto musical é todo envolvido de uma trilha considerada gay: Pet shop boys, Erasure, Depeche mode, Annie Lennox, Madonna, Duran Duran e tantos outros, que me fazem querer saltitar e rebolar (por favor, machões, se esses citados lhes aprouverem, não se acanhem, todo mundo tem que se soltar um pouco...). Eu adoro toda essa influência em minha vida. Sonho em descer uma escadaria, com vestido longo, representando Letal ("tu espirito, tu estilo..."), cantando: "recordarás nuestros dias felices, recordarás el sabor de mis besos...". Ou, quem sabe, dublar a Barbra Streisand... Ou mesmo decorar as falas do Agrado: "porque soy mui autentica!"
(Acho que não terminei, mas vou postar assim mesmo...)

Love is a spark lost in the dark...

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Reunião dos jogadores de bingo


Ai, pá, estou rindo à toa, como diz a letra da música daquela sumida banda de forró ao estilo universitário (adjetivo que nunca compreendi). Sim, me ventam os cabelos. Sim, me causam choques a eletricidade violenta do ar. Sim, as janelas fazem amor explícito de madrugada. E eu me rio. Eu, já era hora, levanto o volume do som do carro. Eu, que nem reclamei do jejum de hoje de manhã, embora o marido comesse pão fresco com creme de queijo, exibidamente, em minha frente, estou com cócegas no nariz. Eu, que nem bebi cerveja para não atrapalhar os exames dos constragedores potinhos de plástico, quero rir, fazer careta para os pedestres, quero voltar a ser a Maúra, quero abrir a geladeira, quero deitar na cama, quero usar meias, quero que mexam carinhosamente em minha orelha... ai, Schmetterling in meinem Bauch... finalmente não haverá somente a secura, o céu preto e a longa estrada.

É melhor ser alegre que ser triste


Ela quer rir. Ela quer descer uma montanha rindo feito uma idiota!

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Soft 1


Quando eu era criança, minha mãe, quando ia pentear nossos cabelos, segurava firme em nossas bochechas. E aquilo incomodava, até doía um pouco, então a gente tentava sair, não parava quieto. E quanto mais tentávamos, mais ela segurava e apertava as bochechas. Muitos anos depois, descobri que minha mãe achava que não queríamos pentear os cabelos, ela não sabia que o que incomodava era o segurar as bochechas, e não, pentear os cabelos, por isso ela segurava tão firme.

Ilustrando




segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Adriaaaann!!!




Me desculpa, gente, mas o Rocky VI não é lá grandes coisas... Quer dizer, pra quem viu todos os outros, não há problema algum, pelo contrário, mas... Agora, gostei muito da atuação do cachorrinho Punchie, com seu moletonzinho cinza a caráter... (ao som da lendária música de trompetes e balanço bem anos 70)

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

ferro véi....., é hoje!

Eu sou aquela ali, ó.



Shadows grow so low before my eyes...

quarta-feira, 8 de agosto de 2007


Maúra, você por aqui?
você tem dor de cabeça?
você tem dor de cabeça?

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Rainer Fassbinder


Fassbinder, um grande cineasta alemão, que viveu entre 1945 e 1982, cuja obra, reconheço, preciso conhecer, disse algo que achei muito interessante a respeito da interpretação dos atores:

"Nunca entraria na minha cabeça ensaiar diferentes entonações. Não há coisa que eu odeie mais do que imitações. Não quero mostrar nada mais, numa situação, do que aquilo que o ator nela vê. Prefiro que o ator seja idêntico a si mesmo, fique sendo ele próprio, a deixar que eu lhe imponha uma interpretação".

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

ne me quitte pas


O filho pródigo retorna à casa. Se aproveita de um momento de pouca lucidez do pai e se põe a deitar e rolar em sua cama. Suas luvas brancas se afundam no branco do algodão. Vem manso, finge que ninguém o espreita. Se exibe para seus pares, dança para agradar o espírito da clareira do Xingu. Agora, mais um membro da dinastia, entre puros e bastardos, chegou para ficar.

Assim falou Zaratrusta

E terá de dormir na mais dura e mais feia das pedras!

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Five dollars milkshake


MIA

Marsellus said you just got back from Amsterdam.

VINCENT

Sure did. I heard you did a pilot.

MIA

That was my fifteen minutes.

VINCENT

What was it?

MIA

It was show about a team of female

secret agents called "Fox Force

Five."

VINCENT

What?

MIA

"Fox Force Five." Fox, as in we're

a bunch of foxy chicks. Force, as

in we're a force to be reckoned

with. Five, as in there's one..two

..three..four..five of us. There

was a blonde one, Sommerset O'Neal

from that show "Baton Rouge," she

was the leader. A Japanese one, a

black one, a French one and a

brunette one, me. We all had

special skills. Sommerset had a

photographic memory, the Japanese

fox was a kung fu master, the black

girl was a demolition expert, the

French fox' specialty was sex...

VINCENT

What was your specialty?

MIA

Knives. The character I played,

Raven McCoy, her background was she

was raised by circus performers.

So she grew up doing a knife act.

According to the show, she was the

deadliest woman in the world with a

knife.

But because she grew up in a

circus, she was also something of

an acrobat. She could do

illusions, she was a trapeze artist

-- when you're keeping the world

safe from evil, you never know when

being a trapeze artist's gonna come

in handy. And she knew a zillion

old jokes her grandfather, an old

vaudevillian, taught her. If we

woulda got picked up, they woulda

worked in a gimmick where every

episode I woulda told and old joke.
Pô, ninguém vota na enquete que eu criei!!

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Com PJ Harvey


Nick Cave - a bad seed


O cara expressa o dark, o underground, com as cordas cálidas do celo, a voz crua, os acordes de piano, o ritmo discreto da bateria. Branco. Esguio. Os olhos e a bocam se destacam em seu rosto pálido e fino. Aí, você pensa que ele deve ter vindo de algum subúrbio londrino mofado e frio, ou de algum buraco dublinense esquecido. Não. Ele veio da quente e árida Austrália dos cangurus e koalas, já morou no Brasil e já foi casado com uma brasileira, com quem tem um filho - cenários alegres e iluminados...

Haja

hoje

p/ tanto

hontem.


P. Leminski

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Eu sei que fico fazendo listas. Mas acho legal encadear vários quadros-sensação, proporcionar uma seqüência de slides na cabeça.
Se alguém estiver achando ruim... aí, eu faço outra lista de sugestões...