segunda-feira, 30 de agosto de 2010

doida pra chegar setembro...
doida pra chegar a primavera...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Por que fazer o pouco se podemos fazer muito?

Por que ser pouco, ou menos, se podemos muito?


Algum dia, você, de dentro de um carro quente e confortável, esperando não sei quem ou não sei o quê, vê, do lado de fora da chuva, alguém caminhando sozinho, de noite, de frente, mas sem perceber, ou sem irritar menos o que está de fora, do que está de dentro.
Todos correm. Todos são. Menos ele. E Chopin naquela rádio que você quase nunca escuta, mas que, absorta em pensamentos, esqueceu de mudar, faz com que a música seja tocada pra ele, pra essa situação que se coloca diante dos seus olhos, de vidros embaçados, te colocando a par das sensações e coisas que você imagina.
Chuva e cansaço. Antes, poderia ser a fome a imaginar uma sopa com o que restaria em casa dentro da geladeira, ou a demora em si que incomodava, talvez um pouco de medo, descoforto por estar menstruada e ainda fora de casa. Não era tarde, mas o inverno e as nuvens negras fizeram hoje com que o dia mal existisse. “Nem parece o Rio de Janeiro...”
Agora, que sopa ou banho faria aquecer um coração diante de um passante que chora? O estranho que acende uma dor, uma promessa, um jeito de provocar uma pergunta: “estou sendo sincera comigo?”.
E o momento passa como tantos anônimos dentro da cidade grande. Mas a volta pra casa, hoje, foi mais silenciosa, coqueiros se revirando à beira mar para dizer algo. Ser e sentir. Custa tanto e não custa nada.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Poderia agourar, mandar jogar sal, cal, qualquer coisa que apodrecesse a terra maldita. Mas, passado o primeiro ímpeto, deixa-se estar; não adiantaria mandar acrescentar qualquer coisa que já saturasse o solo de coisa ruim.
De longe, se vêem a poeira e a estrutura seca de um lugar em que, de uma névoa tão espessa de sujeira suspensa, confunde-se o que seja terra, o que seja ar.
Tudo que lhe é próprio me faz me sentir estrangeira, alheia, me faz levantar a cabeça e quase prender a respiração, agüentar até o fim, como que debaixo d’água, mantendo o pé firme, me agarrando em algum galho seguro, para poder, enfim, e, agora em casa, com a ajuda desse meu entorno, me pertencer a mim mesma.