sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Baby, what´s wrong?

Baby, what´s wrong?
Olhei pra ele, e a calça tão antiga e puída já não mais fazia um estilo, mas preocupava pelo desleixo...
Deixo coisas pra você comer de manhã e chego e você ainda está dormindo. Não fico com raiva, só choro por dentro de ver isso se esvaindo. Procurar nos seus cabelos uma nota da vida.
Sua pele está tão maltratada como um arreio velho.
Lembra de quando subíamos na árvore? Comíamos goiaba, tacávamos goiabas lá embaixo?
Lembra?
O córrego continua gelado, difícil de afundar. Mas nem lembramos do córrego, nem das goiabas, no meio desse tanto de vida adulta acontecendo...
Mas há algo em mim também que pulsa, pula que nem criança, uma pequena ervilha dentro de mim que insiste na inocência (pouca credibilidade...) ou na vontade de apenas ser... chacoalhar um refrigerante bem colorido dentro da boca, até acabar o gás...
Férias e tardes ainda acontecem por aí... basta dar um sorrisinho agora, basta brincar um pouquinho agora... faz isso pra mim, faz isso por mim...
Travis went walking, walking, walking, from sunrise to sunset without looking back, leaving all (?) behind…

Travis is a traveler…
Hunter asks him if he felt that his father was dead?
- What do you mean?
- Don´t you feel that he´s walking and talking somewhere? I´ve never felt that you were dead, I´ve always felt like you were somewhere walking and talking…
- But I know my father is dead.
Travis tells Jane his story, he tells her the whole story, the part she´d never heard before, the part she could just imagine. Travis kept walking…
Jane decides to tell him her story and said that she kept talking to Travis when he was not there. She kept talking months long…
Hunter wanted to buy a walkie-talkie to go search his mother with his father.
Hunter is the linking, the walk and the talk between Travis and Jane.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Fotos, fotos e mais fotos e legendas que nunca tinha acessado. Ita batendo a mão na mesa de babadorzinho azul em Araguari. Ita brincando às duas da madrugada com uma caixinha de fósforo. Raoni com o boné do tio Orlando, Raoni brincando com o jabuti.
As lembranças sempre estão em algum lugar e estórias boas, não só as tristes.
As roupas da gravidez, o rosto de menina persistindo, o cabelo curto de que a minha avó tanto gostou. Florzinhas na faculdade de artes...
Está tudo lá e está tudo aqui, dentro da gente, dessa família que sabe-se lá como é que se chama hoje.
Fotos...
Boa viagem... atravesse o rio e continue a viver outras estórias, tudo se soma e engorda o álbum e a caixa de papelão...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

E Roque se foi, subiu numa nuvem e se foi. E eu, sentindo uma saudade, a todo tempo, uma saudade do que está por vir, uma saudade do que eu me fiz esquecer.

Não foi, talvez, o final que eu queria. Haveria tanto ainda por acontecer.
Pessoas / personagens que continuam a existir, se escondem numas dobras de vida por aí. Em cidades, histórias que não se apagam só porque fazem parte do passado.
Tudo que nos pertence ainda existe, somos passado e presente.
Mesmo assim, eu tinha medo de que se acabasse, medo do que eu já sabia, e, mesmo tendo essa paixão dentro de mim, esse nó na garganta que só vai se desfazer quando eu não estiver mais por aqui, mesmo com essas palavras de ensinamento, me vem / veio uma vontade imensa de chorar por saber que o Lima Duarte, quando aparece numa propaganda na TV, tem 80 anos, por procurar um loiro escuro de cabelo como o da Ísis de Oliveira, por querer ter notícias da Heloísa Mafalda, por saber que o Armando Bogus já morreu de verdade, como o fim do Zé das Medalhas, por sonhar, qualquer noite dessas, com o nome da Lídia Brondi, e meu Roque? Meu querido Roque? Meu herói? Pra onde foi, o santo de verdade, santo de carne e osso e sangue e recaídas? Bastaria saber que subiu no rabo da estrela e se foi?
Talvez eu o encontre por aí, ou, talvez, eu o invente, como fez o povo de Asa Branca.

“Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo um sorriso sincero um abraço
Para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade
Que bom poder estar contigo de novo
Roçando em seu corpo e beijando você
Pra mim, tu és a estrela mais linda
Seus olhos me prendem, fascinam
A paz que eu gosto de ter
É duro ficar sem você vez em quando
Parece que falta um pedaço de mim
Me alegro na hora de regressar
Parece que vou mergulhar na felicidade sem fim”
Francês intensivo com professor da Costa do Marfim...
Cês acham que são fácil? hehehe...

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Que saudade/vontade de tomar chá mate... hum...

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Era dia 31 e o supermercado estava cheio, mesmo sendo esse aqui, perto de casa, que freqüento há anos, onde tenho livre acesso ao açougue para a carne reservada. Teria evitado e ido só no dia 02, por exemplo, quando sobra alguma promoção de sobra. Mas, não sei o que houve, se é esse calor que vem de fora e, pior, de dentro, me transtornou ao ponto de esquecer que sempre vou à feira nas quintas.

Faltando mesmo um tomate para uma comida qualquer, na intenção de não se configurar uma ceia, tive que ir ao mercado, no contragosto e na contramão do planejamento do meu dia. Peguei o carro, apesar da pouca distância, por causa do sol e do já citado calor. Há um mês, em dias intercalados, ele tem tido dificuldade de ligar o motor, apesar de ter me dado muito pouco problema desde 1986, quando o adquiri de segunda mão – pertencia há dois anos à Dona Suely de Castro Ferreira, diretora da escola.
Olhei o crucifixo pendurado no retrovisor, me concentrei pra tentar de novo a partida. Depois de cinco tentativas, desisti, voltei e busquei a sombrinha pra ir a pé.
Nessa época, as sibipirunas soltam muitas flores e uma nódoa que cai em pingos sobre os carros. Apesar de essa cidade ser saudada por essas árvores, com uma tradicional festa anual para o aniversário da mais velha delas, me incomoda muito a sujeira que fazem. E o carro, já não bastasse estar com a pintura um pouco queimada de sol, ainda tem que conviver com as gotas que se impregnam.
No caminho, a molecada, alguns pelas férias escolares, outros, por nunca terem freqüentado, entulham as ruas descalços, chutando bolas dente-de-leite, quase acertam a Dona Nina passando pela calçada. E se me tropeçarem e eu sentir os cheiros suados de seus pescoços, sei que meu estômago vai embrulhar.
Além de cheio, não havia nada que prestasse no supermercado. Tudo podre e amassado. Recorri a uma massa congelada, que poderia estar ali há mais tempo do que o necessário, mas, dessa vez, resolvi não me preocupar.
Já caía o dia e o mesmo assunto intermitente na televisão. Hoje, a cachorra do vizinho se encontrava mais inquieta do que o normal, devia ser por alguma visita que chegara. Tanto barulho nesses dias, que minhas samambaias estão menos viçosas.
Mais tarde, vão mostrar a retrospectiva, que quero ver, e, depois, um filme.
Tocou o telefone, justo quando ia entrar no banho. Deve ser algum parente. As mesmas palavras de fim de ano, palavras que me passam como ônibus de número errado, me fazem pensar em outras coisas, sem ouvir o interlocutor – precisava passar uma Gilette nas pernas... Ta, ta bom, pra toda a sua família também. Amém.
Me dei o luxo de tomar banho de luzes apagadas. Longamente, da temperatura que queria. Lavei os cabelos, uma, duas vezes. Esfoliei os pés. A massa descongelando em cima da pia. Me demorei como há muito tempo.
Ao sair, me vi diante do armário de mogno. Sem explicar pouca coisa, no fundo das camisas de viscose, toco um peignoir de seda. Os espelhos, quantos espelhos... e eu, agora quase 22 horas, me deliciando com um peignoir e uma calcinha de cetim vermelho, há tanto tempo se escondendo de mim.
Mais um ano se esvai, um foguetório no meio da rua, gritaria no vizinho, cachorros latindo, mais uma ceia, mais uma cena, mais um ano que cai em qualquer buraco do esquecimento...