quinta-feira, 28 de agosto de 2008

coqueiros - the real thing


Rafaella, Rafaella (vocativos tipo Branca...), eu vou te linchar, Rafaella. Eu quero jogar pedra na Geni! Eu quero chutar (com T) o pau e o pé. Quero grana, quero grana pra ficar brincando de blog com você, ficar comendo pão-de-queijo com Heineken segunda-feira, três da tarde, pra olhar a grama, pisar descalça e esperar dar aqueles mosquitinhos de Uberlândia da hora de ir pra dentro. É só o que eu quero, ser eu e ser todas nós. Meu deus... Já comprei uns móveis de jardim, de madeira fosca, tratada, é verdade, mas sem aquele verniz de Vó Rosa nos bancos doídos nas costas da visita só pra eu brincar de rir do povo que vai comer a feijoada beneficente e comentar e escrever e te convidar pro nosso ócio de Carlton e vontade de abrir uma lata de atum. Aaaaaiii - de doer a garganta mesmo... Quero ouvir você falar da coleção nova da Neon, ou me explicar, sem olhar os créditos das fotos, quem está imitando quem, e aí, eu penso, quem me impede? Que diabo? Que forças ocultas? Nome na boca do sapo? Mandinga?
Vou ali, e nem é pra pingar meu alucinógeno no olho, é pra terminar um parecer de advogada de scarpin mesmo...

terça-feira, 26 de agosto de 2008

I feel good

It was some rainy 1990. As the commercial song played we didn´t feel like they were trying to sell us something. It looked less Brazilian. The song – I feel good – could exactly, as well as the foggy takes from some streets in San Francisco, if I´m not mistaken, provide a rare kind of feelings. Those that make us feel like we had them before, like we had that life, that mood, despite the fact the we hadn´t. Specially when we were just children.
My black and white dream.
Não há fim do poço. O poço tem um fim atrás do outro, o que lhe torna um buraco, uma minhoca, um cano infinito.

sábado, 16 de agosto de 2008

by the way


O fantasma apareceu, virou gente de verdade, dessas que a gente pode apertar a mão. Vi as coisas com um olhar mais de dentro, menos coisa de turista, menos menina boba de interior, com a mala arrumadinha e as roupas de fora da estação. A temperatura me convidou, ruas sem parecer algo inacessível pro meu olho de mineira de saber só de pão de queijo. Lá, vou ter de me maquiar, usar os pós das coisas de mulher grande, gente de ternos, gravatas e bom dia ou três frases de elevador.
Depois, vou especificando. Por enquanto, fico aqui de tempo, de intertempo, querendo ficar do lado, e dentro das minhas poucas coisas, de companhia e coleção de músicas minha e sua.

Foto na estante quando eu chegar em casa depois do expediente....
Ela não quer assistir Thelma e Louise e nem Uma linda mulher.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Aqui, com roupa de advogada, trabalho de advogada. Hora in itinere - os leigos sabem o que é isso?

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

As mãos da minha avó fazendo almôndega. As mãos finas com a aliança ouro-cobre amassando a massa das almôndegas. Mais tarde vão estar esturricando na panela grossa de ferro.
Que trabalho esse de inventar essa palavra (e que me enche a boca): almôndegas...

domingo, 10 de agosto de 2008

night


O avião chegou um pouco atrasado. Normal. Só não pra minha ansiedade de ficar colocando as mãos no bolso. No intervalo, pra fazer panca e me distrair, pedi um chocolate quente – espantando um pouco o frio das mãos também. Cigarro não podia no lugar fechado.
Pousou. Fiquei me inclinando naquela janelinha, disputando com parentes brancos e gordos, crianças desprevenidas com roupa de ficar em casa, senhores de barrigas e chinelos. Achei que tinha te visto de sacolas e cabelos.
Malas. Você é uma das últimas a pegar todas as suas e sair, com os olhos dos outros a não te reconhecer como encomenda.
Você vem em minha direção. Preto, jaqueta, sapato fechado, toc-toc. Te abraço fazendo carinhas, depois fecho o olho sentindo o seu perfume, novo, suave, seco.
Você está mais magra. Bonita. Diferente – sobrancelhas?
Que assunto? Minhas mãos frias buscando as alças das malas. Desconforto, como sempre, pra abrir o porta-malas. Pressa no local meio proibido pra estacionar.
Você está clara. Meio falante. Ainda não encontramos nosso tom – penso. Tinha preparado uma música pra colocar no carro pra você, esqueço durante quase que por metade do caminho. Lembro, ligo, mas você conversa e não percebe.
Cosmopolita. Ela tá mais cosmopolita, penso. A jaqueta, os cabelos. Você me conta sobre o livro que está lendo, enquanto eu faço uma curva, paro no sinal, te olho de lado, você gesticula, você coloca os dedos meio recurvados sobre o rosto. Experimento colocar minha mão sobre sua perna, você me olha, enternecida, você é a mesma, de dedos leves.
Estamos felizes. As ruas vazias. Estou rindo a cada palavra, rindo inteira, você me conta as coisas, as cotidianas, as inusitadas, o caminho é longo e doce. O azul negro da noite, com os poucos pedestres, mendigos se aconchegando, carrinho de cachorro quente na esquina lançando fumaça, tudo parece menos solitário, tudo parece arder menos, tudo, embalado pela sua voz, pelo seu piscar de olhos por detrás da janela, tudo se faz menos desgarrado do mundo a mim.

sábado, 9 de agosto de 2008

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

24 horas


Rodoviária. Raoni de roupa puída, mas bem composto, aos tons de bege. Abraço o Raoni. Clarissa vira de lado, prenunciando lágrimas. "Você é um irmão excepcional...". Recomendações de novo, e de novo. Tenho dó de beber e comer o lanche que ele me comprou para a viagem. Durante minhas 24 horas de pensamentos lambendo a estrada, deu pra ver, lembrar, questionar, pensar mesmo em tudo, tudo de uma vez, nessa semana. Meus amigos, minhas verdades, gostos e cheiros e temperaturas e irmãos quentinhos debaixo das cobertas. Minha mãe remendada numa cama, amarela ela. Meu pai de pagem. Ita introspectivo - reticências... Cachorros se encolhendo no frio, os cachorros envelhecendo - o tempo e as consequências também passam pra eles. As plantas encobrindo a casa, dificultando a viagem no Google Earth. Biscoitos (2Xcoitos..., credo..., desculpa...). Deixei os termômetros pra trás, meus banhos quentes, chão frio, promoções de supermercado, café invocado na cafeteria, "tudo jóia?" no shopping. Nem todas as conclusões são possíveis. Mas agora penso: Raoni do outro lado do mundo - , e tudo recomeça.
"Te amo". "Também te amo". Isso foi na rodoviária.

terça-feira, 5 de agosto de 2008