quinta-feira, 27 de outubro de 2011

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

In Another Time


you'd be suprised girl
Soon they'll mean nothing to you
They'll fall into their brew
And take down some of the boys with them too.
There's nothing
Nothing that you have to do
In another time girl
Your tears won't leave a trace
In another time girl
In another place.
You've been down girl
Their whispers are hailstones in your face
You're so tired of waiting
For something to change
They don't know what to do with
Something so good
That you wouldn't hurt them
You wouldn't hurt them if you could.
One of these days
They're gonna fall into their brew
And they'll know exactly what they did to you
Darling I just want you to know
Your tears won't leave a trace
In another time girlIn another time girl
In another place.
Darling I just want you to know
Your tears won't leave a trace
In another time girl
In another time girl.


sade saves

Faz frio em Manaus. Faz frio em tanto lugar.
Sonhei, rezei um anjo pra me resgatar.
Chorar de tristeza, de decepção, de felicidade, de redenção.
Soldier of love. Resgate. Tudo é escuro como o fim de uma queimada. É duro, é verdadeiro, e as pessoas se enfileram como numa missão. Love.
Your love is king. Choro de verdade, de a traquéia não conseguir cantar. Sax, tudo. Tudo dói como uma estória de vida. Sei que sei chorar, sei que me transbordo quando tudo é arte e vale a pena.
Antes da terceira música, ela agradece. Ela fala. A voz é de uma cachoeira, é de entidade, de ser que se imagina, rodando seu laço por cima da cabeça, como uma sereia que cavalga à noite, que assusta e atrai, uma medusa. Ela diz o quanto tem sorte e se sente amada e que se hoje você não se sentir assim, ela canta pra você: darling I just want you to know your tears won’t leave a trace, in another time, in another place. Ela me diz isso como se estivesse olhando pra mim, como se segurasse minha mão contra seu peito.
Quero ser ela, quero ouvir a voz dela, quero ser a voz dela, quero ser estrada que leva a qualquer lugar, cortina esvoaçante, luz e raio, olhar por cima dos prédios, quero ser guitarra, sopro, toque.
Love is stronger than pride. Balé no escuro. Silhueta. Flores num campo, capim.
Os casais se embalam em By your side. O sol arde: there is a woman in Somalia.
E ela apresenta a banda sem música, pega na mão de cada um, ajoelha-se pra cada um. Família.
A voz continua um jorro, intensa, saindo pela garganta, calvagante. Pés no chão, braços, cabelos, olhos; tudo espreita e por cima dos prédios ela se despede. Chovem pétalas e depois chora o céu lá fora na volta pra casa.
There must be an angel by my side…

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

E hoje quero olhar esse céu e não ver conexão com nada, nada de metáfora, interpretação. Sonhar e esquecer. Esquecer os sonhos. Esquecer de mim ou lembrar de mim? Quando uma coisa te toma como que inteira, não se sabe se você é o que foi ou o que é. Mas gosto de me olhar no espelho, me enxergar, sentir em mim esse novo cheiro, voltar para o meu seio de mim. Tanta saudade de mim, cuidar de mim, ser minha, voltar pra mim...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Era de noite, num domingo. Garoava de leve, mas os bicos dos sapatos já estavam molhados há um tempo. Não era tão tarde mas a cor do céu vermelha afastava os pedestres e queimara parte do letreiro de neon da Gina Ballet.

Eu descia a Floriano, pensando em comer um cachorro-quente apressado na praça, mas, nenhum movimento. Passei a sonhar com o resto de sopa na panela de pressão. A Yamaha passou tão barulhenta, tão desproporcional às suas poucas cilindradas, que perdi a conta dos passos.
Um tubo de vento vindo da Santos Dumont me alcança e parece já engrossar a chuva quando me arrependo de não ter pegado o ônibus antes ou de ter dado essa interpretação romântica e patética ao andar pela chuva.
Na rodoviária, o aceno. Dali, podia mesmo ter ido embora. Mas perambular pra sentir o ardor do coração pelo lado de fora pareceu mais justo com aquela estória. (Justo? Estória?)
Em casa, as cortinas, a samambaia, o chão de vermelhão riscado. Banheiro molhado de banho recente, cabelos no sabonete, o lanche esquecido na geladeira. Quando tudo isso acabar de ser vestígio, virar só memória... (Só?)

sábado, 8 de outubro de 2011


Applause. This is what everyone expects.
What does it take, what is the cost to become perfect, entire? Uma obra só é verdadeira, quando é visceral, e o visceral custa a vida de um artista.
Entre o que é verdade ou mentira, no fundo, interessa mesmo é a intensão, o jogar-se, lançar-se, ser capaz de fazer.
Em outra pessoa, Nina se vê, vê suas possibilidades, não somente de bem ou de mal, mas de limite último. Consagrar-se, sangrar-se.