sexta-feira, 28 de novembro de 2008

o que eu faço com a raiva, a minha raiva? nao posso disfarçá-la... quer dizer, talvez, de fora, sim, mas nao aqui dentro. o que fazer? as pessoas têm essa resposta?
eu quero esmurrar, quero lançar um bastão de baseball na cara de certas ou certa pessoa. até imagino a cena. os dentes sendo arremessados pra fora da boca... que sórdido... but it does feel good...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

suficiências

you´ve already won me over
inspite of me
and don´t be alarmed if I fall
head over feet
and don´t be surprised
If I love you
for all that you are
I couldn´t help it
it´s your fault


I´m brave but I´m chicken shit
I´m sick but I´m pretty baby (...)
´cause I´ve gotta one hand in my pocket
and the other one is fickling a cigarette

and everytime you speak her name
does she know how told you´d hold
until you die
til you die
but you´re still alive

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A moça chegou. Cabeça baixa. Violão cello. Tênis baixo sem meias. Se sentou na carteira surrada de escola, do meu lado, brincando de apoiar as pontas dos pés no chão. Cabelo preso. Depois solto. Mãos pequenas. Não, finas. Mãos finas. Como é que ela fazia pra tocas as cordas com aquelas unhazinhas?
Nervosismo. Foram chamando um por um. Uma demora. Pensei em puxar assunto. Mas não queria atrapalhar aquele rito de concentração, por mais peculiar que fosse.
Eu não fumava, não roia as unhas. Como combater a minha compulsão, sem vontade de fazer nada?
Olhei as plantas. O chão de cimento grosso. As plantas eram velhas, de verde-escuro velho, mais denso e escuro de dia nublado dessas manhãs conhecidas. As plantas deviam ser o xodó de alguma faxineira.
Alunos. Janelas. Xerox. Silêncio. Pássaros. Carros de longe.
Chamaram mais um. Mas não vi voltar ninguém.
A moça do violão cello cruzou as pernas. Olhava longe. Não mexia o pescoço. O tornozelinho tão pequeno aparecendo por aquele buraquinho sem meia.
Resolvi dar uma caminhada, fingindo me interessar pelas plantas, tocando, no bolso, o troco do ônibus. Chamaram a menina. Olhei pra trás, entendi que era ela, mas não deu pra ouvir o nome, só uma sonoridade familiar de dois sobrenomes.
Lá de longe, vi que ela saiu. Andava tão adolescente, meio desritmada, braços longos de menina. Não era um sorriso, era um canto, um pedaço, uma coisa de olhar pra baixo, mas querer olhar pra cima, e o pescoço se inclinava nesse movimento. O peso do case parecia não incomodar. Vi ela passar. Agora, confiante, mais desinibida, me deixou que os olhos sorrissem. Tudo foi lento.
A espera já não era tão mais longa.

sábado, 22 de novembro de 2008

"you can´t change the way she feels
but you can put your arms around her"
(blank)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

dolores by Dolores

“there´s no need to argue anymore
I gave all I could and you left me so sore
And the thing that makes me mad
Is the one thing that I have
I knew, I knew I´d lose you
You´ll always be special to me, special to me, to me
And I remember all the things we once shared
Watching tv movies on the living room
Arm chair (…)”

“´cause if I died tonight would you hold my hand
would you understand”

“why can´t you stay here a while, stay here a while, stay with me
all the promises we made
all the meaningless and empty words I spoke”

“and I´ll miss you when you´re gone
that is what I do
baby, baby, baby”

“Disappointment you shouldn´t have done
You couldn´t have done
You shouldn´t have done
The things you did then
And we could´ve been happy
What a piteous thing, a hideous thing
Was tainted by the rest”
Eu sonho alto, eu sonho altíssimo. Um dia, se alguma mancha preta no céu lhe atrapalhar a secagem das roupas no varal, pode saber que sou eu, pode abanar a mão, que sou eu lá em cima.
me proibiram de amar, bateram-me a porta na cara, assim, sem avisar, nem nada. cheguei atrasada, fui de ônibus, fui correndo, cheguei de sapatinhos molhados e encontrei tudo fechado, portas, janelas, tudo, ninguém nem pra avisar, nem pra ligar antes avisando...

chão - reborn

não faça nada, não me aponte o dedo, não aperte a ferida, deixa eu sofrer em paz. é o só o que eu peço, não é só o que eu pediria, mas, sem restar nada, é a única fresta que me deixa.

no programa de computador, você vai lá, implanta qualquer coisa ou desimplanta qualquer coisa pra esquecer. e você esquece. mas todo amor de verdade, como essas ervas daninhas mais chulas, chucras, renascem, podem tomar conta de novo, então, você nao relembra, você reama, você ama de novo, porque é a mesma pessoa amando a mesma pessoa.
nem se isso fosse verdade (brilho eterno...), nao me satisfaria, porque nao é seguro, como eu já disse acima, mas será que ia aliviar? se eu esquecesse, apagasse, pelo menos, todas as memórias (mas o que ia sobrar?)?
no trem de ferro, durante a viagem, embaçando a janela com o hálito sem querer, depois, percebendo, e me divertindo, a neve lá de fora, intacta, só o trilho recortando, você sentou atrás de mim, você chamou antes a atenção, com malas afoitas (e você também), quase que você perde o trem, sentamos sem querer no vagão de fumantes, eu e você, e isso iniciou os comentários que viraram conversa e te relembrei sem saber, te readmirei de mãos e gestos o dia era cinza, você, não, você me chamou a atenção. você foi virando o meu reamor.
HOJE MORRI DE NOVO. NAO SEI SE VOU VOLTAR...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Bitte geh nicht fort (Ne me quitte pas)

Bitte geh nicht fort
Was ich auch getan
Was ich auch gesagt
Glaube nicht ein Wort
Denk' nicht mehr daran
Oft sagt man im Streit
Worte, die man dann
Später tief bereut
Denn ich weiß genau
Ohne dich, da wär'
Jeder Tag so grau
Wär' mein Leben leer
Bitte geh nicht fort, bitte geh nicht fort
Bitte geh nicht fort, bitte geh nicht fort
Bleibe nah bei mir
Gib mir deine Hand
Ich erzähle dir von dem fernen Land
Wo man keinen Zorn, keine Tränen kennt
Keine Macht der Welt Liebende mehr trennt
Wo die Sonne scheint fast das ganze Jahr
Wo die Rosen blühen schon im Januar
Bitte geh nicht fort, bitte geh nicht fort
Bitte geh nicht fort, bitte geh nicht fort
Bitte geh nicht fort
Laß mich nicht allein
Wenn du mich verläßt
Stürzt der Himmel ein
Laß uns so wie einst
Stumm am Fenster stehn
Traumverloren sehn wie die Nebel drehn
Bis am Himmelszelt
Voll der Mond erscheint
Unsre beiden Schatten
Liebevoll vereint
Bitte geh nicht fort, bitte geh nicht fort
Bitte geht nicht fort, bitte geh nicht fort
Glaube mir, ich werd' deine Sehnsucht stillen
Werd' dir jeden Wunsch dieser Welt erfüllen
Werde alles tun, was ich hab' versäumt
Um die Frau zu sein, die du dir erträumt
Du mußt mir verzeihen, ich beschwöre dich
Laß mich nicht allein, denn ich liebe dich
Bitte geh nicht fort, bitte geh nicht fort
Bitte geh nicht fort, bitte geh nicht fort
Bitte geh nicht fort
Was ich auch getan
Was ich auch gesagt
Glaube nicht ein Wort
Denk' nicht mehr daran
Oft sagt man im Streit
Worte, die man dann später tief bereut
Denn ich weiß genau
Ohne dich, da wär'
Jeder Tag so grau
Wär' mein Leben leer
Bitte geh nicht fort, bitte geh nicht fort
Bitte geh nicht fort, bitte geh nicht fort

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Há uma dor, um peso aqui no meu peito que parece maior do que qualquer coisa. A mão de um gigante depositada. Não dá pra chorar. Evito esmurrar as paredes como já fiz antes. Não é coisa de mulher maltratar as próprias mãos, surrando seres inanimados.
No carro, a música inspira, tento trocar de rádio, tento mudar de estação, mas qualquer coisa é prato, é assunto de você. Vejo sinais o tempo todo, vejo todos os sinais. Só não vejo você. Eu tenho vinte e oitos anos, sou mulher feita, tenho medo de pouca coisa, acho que sou respeitada e não sou sombra de ninguém, mas você, você ganhou o primeiro lugar, você já ganhou o troféu – ninguém, nunca, me fez sofrer tanto.
E isso me faz vontade de bater em alguém, de gritar, de sacudir e perguntar “o que você quer?” Você não me dá o suficiente, nem o mínimo, nada, nada. Não dá pra ser de ferro. Agüento os trancos, vou agüentando, vou engolindo, escondo tudo o que me interessa pra debaixo de alguma moita, algum arbusto, vai sendo suficiente, à custa de algum nó, mas vou conseguindo. E eu? Eu com você sou uma mulher que apanha do marido, depois se molha lavando as roupas dele, fazendo o que lhe prefere, lhe reservando o pedaço preferido do frango. O que os outros fazem com você você faz comigo. Você me bate e eu apanho. Calada, num canto mofado de parede. Não faço nada, só sofro, só choro escondida sobre o chão de vermelhão, mordo os lábios, com medo do filho perceber. Você é a mais masculina violenta das pessoas.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Hoje eu matei aula. Fiquei em casa. Tava nublado de manhã. Fiquei descalça. Fiquei de pijama. Comi. Abri a geladeira. Pensei em escutar Cazuza, mas deixei pra lá. Não tinha pra quem ligar. Fui ver o cachorro lá de fora. O olho doía no sol abafado de novembro. Goiaba molhada – tinha chovido. Zanzei, não fiz nada. Vi apenas o vazio de quem não estava. Olhei as gavetas, a gravata, a bagunça, o cheiro do lençol, a dispensa cheia de terras, os quartos, a poeira, roupas quase mornas de corpo ainda, o mármore frio da mesa da cozinha, a sala descuidada, as folhas pingando gotas de água, barulho de carro na rua, tinha chovido. Chinelos. Joelhos. Fiquei sozinha, fiquei na espreita, me olhando de fresta, surgiu nada, quis nada, não sei que manhã mais longa de desperdiçar um ócio...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

a foto amassada no bolso, fina de tanto tato suado de mão. levemente curvada, em formato de carteira, bolso. preto e branco. era de lambe-lambe. ainda existia lambe-lambe. na praça. toda hora ele pegava a foto, com cuidado, olhava, como um rosário dentro do bolso. aquilo, aquele calvário, aquele praticamente ritual fazia-o sofrer e pensar como sofria. aquilo foi durante a viagem inteira. começava e recomeçava.
o que eu tinha visto foi de rabo de olho, curiosidades.
lá pelas tantas, com um pouco de suor na testa e sulcos estáticos na face, ele me apontou, me mostrou, mas nao disse nada. duas crianças na frente, uma menor do que a outra, menino e menina. atrás, uma mulher, um homem. moletons. jovens. pequeno curto cenário de praça de metrópole, engolida por prédios enormes e cinzentos.
não deu pra ver se ele era aquele rapaz da foto, aquele pai novo, mas, responsável, ou se algum dia ele já foi.