terça-feira, 29 de março de 2011

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Uma música fúnebre. Um solo de piano ou uma moda de viola para um avô que não conheci, mas que corre em meu sangue. Que deu vida à minha mãe. Meu avô índio, de quem ninguém sabia a origem, a idade. Sua ingenuidade o arrastou para o fundo.
Agora, não posso vê-lo, apenas imaginá-lo, seu peito fraco num leito, seu corpo leve como o de um garoto. Pobre, cheio de histórias que ninguém vai saber. E imaginar foi só o que eu fiz esse tempo, e o que eu vou fazer.
Descanse, desça o rio, repouse sob a noite de meia-lua, se aconchegue nesse manto negro e macio, talvez agora você receba a suavidade que a vida nunca te deu.

Um comentário:

inteiraindia disse...

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Vivendo aqui meio os indios, faço ritual xamânico .