quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Ela foi andando pra casa sozinha. Andando. Já até amanhecia. E o ar frio nas bochechas era menos perceptível do que as coisas rondando sua cabeça. Asfalto. Barulho de asfalto. Gatos. Pessoas com a mão no bolso indo comprar pão. Ela tentava andar rápido, com as perninhas de fora. Seu hálito era cansado e não havia romantismo naquele nascer de dia. Só pressa de ver uma cama, de ver um pedaço de mundo seu, mesmo que fosse pra estar indo à escola, com preguiça, ou tendo que acordar pra fazer exames no médico, com a boca ruim. Só queria essa beira, esse caco de conforto de saber onde estar. Mão no bolso. Sem bolso.

Nenhum comentário: