quinta-feira, 27 de maio de 2010

she´s like the wind

She walks with a snobbish nose held high. She walks and passes me by as if to pretend she doesn´t see me, as if to pretend that I don´t see that she sees me.
She passes by like a rich snobbish girl.

Quando você foi embora, no auge dos meus dezessete anos. Você foi embora. Naquela época, tudo era pra sempre. Mudar de escola, mudar de casa e de vizinhos.
Você foi, sem recado no muro, sem carta, sem borrachinha sua de cabelo que eu roubei aquele dia do seu estojo.
Você foi. Eu, na fresta de sol do recreio. Fumava. O chão era frio na minha calça azul de moleton.
Meu pescoço. Meus braços brancos sem blusa.
Voltei sozinho, passava as mãos nos muros brancos de calcário. Dedos secos. Garganta seca. Fumava sozinho na volta da escola. Sentava na calçada. Era inverno, era nublado.
Andava as ruas do bairro. Fui no monte. Vi a cidade de cima, de cima da bicicleta. Do viaduto. Tinha onze anos. Tinha treze. Você. Milka de chocolate branco. Tinha dezessete. Tinha trinta anos.

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