quarta-feira, 21 de julho de 2010

Você me tirou a inocência. Foi isso o de pior que você tirou. Minha inocência e vontade de me dar, toda, por inteiro, sem olhar pra trás, sem querer nada em troca, só um beijo inconsciente no ar enquanto se está dormindo.
(Os verbos não tem sexo, não tem gênero.)
Te imagino sentada numa ladeira de grama seca, joelhos conta o peito. É tão nítida que parece apenas a fotografia de um momento carinhoso que me permiti registrar. Você fumando seu cigarro. A tarde cai. É um pouco frio.
Hoje tenho medo. Não, não é medo; é não ser, é não se importar. Não é medo de me envolver, passar a agulha pelo buraco errado. É de nunca mais me envovler. E é um medo de mentira, porque eu não me importo, estou alheia. E aí, o único medo de verdade que surge é o medo de nunca mais ter medo.
Meu coração. Sabe o que parece? Pétalas de uma flor baratinha que alguém achou bonito arrancar, mas que logo a brincadeira ali do lado chamou mais a atenção e saiu correndo, pisou, de sandalinha, em cima, no chão.

2 comentários:

Eu hemorragia disse...

ain, meu coraçao e o seu sao muito parecidos.

Nara disse...

Hey tia!
Gostei do novo visual do blog. Até assustei qdo acessei, pensei que tinha errado o endereço. Até!