segunda-feira, 5 de dezembro de 2011


O tarot me disse tanta coisa. Me disse todas as coisas. Coisas que eu já sabia, coisas que eu sei, que deveriam ser contadas, cochichadas no ouvido de certas pessoas.
Tenho dó de algumas pessoas. Pessoas pobres. Pessoas num ponto de ônibus na chuva. Tenho dó de mim.
Sofia Coppola, um deserto, um quarto de hotel. Poderia ser a minha estória. O tédio e a impossibilidade. A prisão. Num mundo que não se sabe existir só de dentro ou fora.  Cleo parece um Elfo, cuida do pai. He cries when she leaves. Sentado num carpete, à beira da cama. Tenho tudo e não tenho nada, pode ser piegas, mas o que não é?
É tarde. O abajur se faz notável. Luzes que se ramificam e não povoam nada.
Quase sem som. Eu e Nino nos comunicamos no silêncio. E ele se aninha – estamos ambos carentes, penso.
Sofia salva alguém? No deserto? Ou oferece o abismo?
Não sei onde me atiro…

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