segunda-feira, 1 de junho de 2009

Sometimes you just don´t know.
Se tudo fosse o sentimento de alívio, se tudo fosse a consciência que chega na hora de uma música que toca no rádio, de que o pior já passou, de que a vida é bela e que há o que há por vir. Aí, você olharia de lado, pela janela do passageiro no carro, a neve lá de fora, você quentinha dentro, vendo os rostos de perfil. Se tudo fossem mão dada, ainda que com vento frio no rosto, e o saber a existência da mão, mesmo com o conceito de luvas se interpondo no contato direto.
A gente fugindo..., não sei do que, mas fugindo junto, que era o que importa, com chuva, com buraco, pela praia cinzenta... mas haveria abraços e jaqueta jeans limpa e apertada para nos proteger da cena, ou nos guardar uma sensação bonita como numa capa de disco...
Se alguém tivesse espreitado... Não sei se alguém estava vendo a menina de 21 anos indo embora no aeroporto. Talvez não houvesse quem tivesse registrado de fora o mínimo espaço-cena. E aí, existem eu e a memória, mas, de que adianta? Não sei quem quer saber.
Espero tocar de novo a música no rádio. Espero tocar uma outra parecida. Posso até cantarolar aquela, mas não há o efeito. Nos vi a nós todos como num fim de filme, luz fraca de hemisfério norte querendo ser sorvida de inspiração.
Na biblioteca empoeirada, procurando outras coisas, acho sem querer a música numa fita. A música ainda está lá, também empoeirada, mas os personagens se foram. Não há neve, nem anjos de cipreste, nem os rostos de perfil. E se a música existe sem tocar, será que ela existe?

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