segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Pronto. Aconteceu de novo. E nem é “sentimentos num caçador de andróides”, mas esse vidro grosso que congela e convida. Essa coisa que me envolve numas tardes e que me faz imaginar guarda-chuvas dançantes por entre esses processos (ou autos, melhor dizendo). Mas aí, meu confinamento de doer e gelar o estômago e querer saber menos e se entregar mais, começar a falar as palavras da boca pra fora. Fica essa coisa de querer dizer, mesmo que por escrito... Fica essa coisa, esse ranço de chocolate que vai azedando na boca, se você não favorecer o que seja repetir os doces translúcidos, que seja, vai ficando só o amargo...
Me vem de dentro. E ensaiar em casa um abraço não resolve. Não resolve pedir de noite. Chega aqui, abrem-se as cortinas e o ato se repete, mas nunca chega aquela melhor parte, aquela em que a gente espera o beijo, apertando a mão no braço da cadeira. Cada dia, tudo se repete, porque faltou alguma coisa, porque a entonação não está correta e aí, nunca estou pronta. Nunca me acham pronta o suficiente.
E vou só treinando, repetindo, decorando minhas falas no carro. Mas nunca chega a parte em que entro. Nunca viro protagonista, como me prometem. Fingem que eu tenho só 17 anos. Lições e lições e medo e vingança por alguns segundos e minha face se ruboriza.
Todas as pessoas da minha vida, queiram que eu esteja pronta...

2 comentários:

kassiaindia disse...

puta que pariu 2

Anônimo disse...

VC escreve quase sempre coisas que me deixam de boca aberta, mas agora foi demais. As vezes sinto muita dor por tudo. Do meu utero que te abrigou e que ainda o sinto.
Da sua eterna mae.