quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O menino que corre de motocicleta pelas ruas. Sem carteira. É adolescente. É o suficiente pra saber que busca coisas. Os cabelos moldados ao vento. Poderia ser em qualquer época, em qualquer rua. Em Quebec ou no Jardim América. E eu suo as mãos em vê-lo saber disso. Rasgo a garganta ao vento como ele. Amo Peter Pan, amo intransigente e intransitivamente. Faço do ar um soco.
Andrógeno. Perfeito. Pálido como David Bowie. Seus dentes querem me cravar o pescoço. E eu quero e deixo no meu sonho que não tem sexo. Como num corredor escuro de Caio Fernando Abreu. Asas e braços.
O solo enche toda a sala alcoólica.
Pigeon.

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