segunda-feira, 28 de julho de 2008

Revival

Aos meus amigos,

Recebi dois e-mails – um da Valéria e outro do Vinicius – comentando sobre a série Queridos Amigos e as relações da mesma amizade, a nostalgia e outros nobres sentimentos.
Pareceu que eu pudesse estar fria em relação a isso... Ou talvez as pessoas estranhassem por eu não ter escrito algo nesse sentido antes mesmo desses dois comentários. Acontece que é completamente o contrário.
Fiquei muito relutante em assistir à série. Só vi mesmo no finalzinho. Mas já pescava mil elementos com que eu me identificava e o momento pelo qual estou passando me deixa ainda mais vulnerável a certas coisas do que o normal, por isso tentei tomar distância...
A série é sobre amizade, e também sobre anos 80, sobre política, sobre o período da abertura, com a eleição e disputa entre Collor e Lula... quer dizer, é tanta coisa... E tem também uma artista plástica, e tem um professor cabeludo se separando da mulher... Um mundo que era o meu mundo, minha referência de tanta coisa... discussões políticas dos pais pegando fogo e a meninada, depois de zoar bastante com adesivos de campanha e tudo mais, querendo dormir... Esperança de melhora, Golzinho BX e outros carros velhos, com aquele cheiro de volante e borracha atrás do banco onde púnhamos a boca...
Um grupo de amigos, amigos que se amam, que dão valor à amizade, mas que, pelos infortúnios da vida, pelos caminhos loucos que ela traça, foram se distanciando – talvez apenas geograficamente...
E... pôxa vida... como não pensar, como não se emocionar? Como não pensar nos meus... todos tão longe...
Não gostaria que tivesse alguém morrendo pra poder juntar todo mundo... Mais uma festa, mais um jantar? Uma promessa de um dia, em que todos estivessem juntos?
Tudo é tão muito pra mim...
E é engraçado na série que o grupo seja formado de pessoas tão diferentes, com profissões diferentes, das mais diversas: médicos, psicóloga, professor, jornalistas, artista plástica (aliás, uma série sobre anos 80 que se preze tem que ter um artista plástico...), um editor... Me lembra de quando a Alice falou, em ocasião do carnaval de 2003, que no nosso grupo era normal que tivesse diferentes pessoas, com “diferentes papéis”... que cada um era um, era de um jeito, e que o Vinícius (não vou falar o seu apelido suscitado à época...) era o “milico”... (hahaha...)
O mais que isso deveria ser dito pessoalmente, com cerveja..., como nas tantas vezes que pudemos fazer isso.
Amigos são a família que a gente escolhe...
Com amor e saudades,

Maíra Selva

Um comentário:

Lucas disse...

Comentário 1:
Já li isso antes, mas é sempre bom te ler denovo!!

Comentário 2:
Aiiiinda bem que você trouxe esse assunto de volta antes do Grande Encontro (não, a Elba, o Alceu, o Zé nem o Geraldo não estarão lá!).

Comentário 3:
Como você comentou no final, sobre isso a gente fala numa mesa de boteco tomando cerveja!!