segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Hoje eu matei aula. Fiquei em casa. Tava nublado de manhã. Fiquei descalça. Fiquei de pijama. Comi. Abri a geladeira. Pensei em escutar Cazuza, mas deixei pra lá. Não tinha pra quem ligar. Fui ver o cachorro lá de fora. O olho doía no sol abafado de novembro. Goiaba molhada – tinha chovido. Zanzei, não fiz nada. Vi apenas o vazio de quem não estava. Olhei as gavetas, a gravata, a bagunça, o cheiro do lençol, a dispensa cheia de terras, os quartos, a poeira, roupas quase mornas de corpo ainda, o mármore frio da mesa da cozinha, a sala descuidada, as folhas pingando gotas de água, barulho de carro na rua, tinha chovido. Chinelos. Joelhos. Fiquei sozinha, fiquei na espreita, me olhando de fresta, surgiu nada, quis nada, não sei que manhã mais longa de desperdiçar um ócio...