terça-feira, 8 de novembro de 2011


Hoje, ele parecia só um babaca, um bobo, idiota, grisalho. Tão diferente daquele dia em que conversamos tanto naquela mesa de bar, ninguém mais em volta. Era eloquente, mirava o porta-guardanapo. Política, literatura, música… “Atrás da porta? Você também gosta? Mas é tão dor-de-cotovelo…”E risadas e gargalhadas e idas ao banheiro.
Pra onde vai todo o encantamento? O que era tímido, engraçadinho, agora era só o ranço de uma fraqueza, insosso. Parecia que aquela fagulha de vida só se acendia nos tempos em que eu estava perto… e agora? Modéstia à parte, tenho sempre essa risada, meu signo e ascendente, minha casa, minhas plantas, plumas e frou-frous que esparramo por aí – eu me esparramo por aí. E ele? Enrustido em roupas escuras, lãs. Nem sei o que é isso que sinto, mas, sinceramente, não tenho pena nenhuma…

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