quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Era inverno em Porto Alegre. Vento no terraço do antigo hotel, na casa de Cultura Mário Quintana.
A vista era magnífica e o Guaíba, de cinza dentro, deixava-se refletir dos róseos que incidem no exato pedaço de rio na hora e lugar daquele pôr-do-sol.
Alguém tocava clarinete. Eu me debruçava no pára-peito e o frio adormecia o rosto e tudo mais numa mistura de preguiça, êxtase pela fotografia e vontade de tomar uma sopa e me vestir de um cobertor quentinho. Mas não queria que acabasse.
As pessoas corriam. Transporte público. Carros. Ontem geou.
Alguma coisa meio Bresson insistindo.

E fico pensando o que estou fazendo aqui nessas janelas. Nesses cubos que são apenas cubos. Se até os pombos vivem lá de fora. O que eu faço?

Um comentário:

kassiaindia disse...

Sem titulo é uma questão artística que se aplica a trabalhos que o artista não quer engessar. É pra deixar o fruidor viajar nas formas,nas cores, nos conceitos . è uma obra para ser curtida, vivenciada por todos os poros.