quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O tapete rosa da sala não era um tapete; era um quadro. E era pra gente passar a mão, era bom passar a mão, sentir a lã felpuda, que compunha os desenhos geométricos coloridos – verde musgo, branco, rosa.
Tenho quase certeza de que, enquanto minha mãe fazia esse tapete em 1984, ela dizia que seria pro meu quarto em Uberlândia, que ela ia montar com os enfeites rosas, a casinha de porta-jóias, o coelhinho de louça, onde ficavam flores de plástico, as miniaturinhas de Gramado. Mas o tapete virou quadro e foi pra sala. Abdico do tapete, não me importo, porque, na sala, com o sofá de alvenaria de tijolinhos à mostra compondo a cena, ele encaixava certo, ficava pendurado pra gente passar a mão..., era tão gostoso passar a mão...

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